quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Devaneio sobre um veraneio

Ela é o mistério que eu tento desvendar. Bizarro o jeito como as coisas simplesmente acontecem, a tinha por perto sem ao menos saber seu nome. Eu a tive e o momento pareceu eterno apesar da súbita e interrupta intromissão descontente da fila de espera que se formou naquela noite. Ela precisa saber que eu queria aquele momento de volta, que eu queria uma chance sóbrea de fazer isso de novo, mas toda vez que eu tento existe uma barreira de ambos os lados. Acredito que seu lado seja o mais resistente nesse momento, aliás, eu diria que persistente se encaixa melhor como descrição. A verdade é que nada sei sobre tua vida e nada insisto em saber e isso faz de mim alguém que simplesmente não se interessa e me desculpe se não consigo demonstrar algum interesse, é que teus olhos me cortam, dilaceram minhas chances inexistentes. Você se fecha e arranja de todos os meios para me deixar de fora, mas acontece que eu não sou do tipo que insiste e força para manter as coisas no eixo. Eu não forço a barra e as vezes dou a entender que sou egoísta, orgulhosa demais para simplesmente lhe responder uma questão inocente solta em um mecanismo instantâneo de conversa. E talvez eu seja mesmo, mas ei, me desculpa se isso te põe em uma situação desconfortável. Eu contigo já não tenho mais intenções, devias saber que a única coisa que quero é conhecer e te entender, saber quem diabos é você.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Hey

Ei, eu gosto de você. Eu gosto tanto que te odeio. Eu queria poder dizer isso pra você, mas tenho medo de estragar as coisas, eu tenho medo de perde-lo por isso, eu tenho medo de ter sido apenas um desejo e acabar sacrificando toda uma amizade em potencial por isso, um desejo. Eu tenho pavor de ser óbvia demais, mas é inevitável. Eu não consigo não pensar em você e rir do nada ao lembrar da sua constante estupidez. Eu não consigo não nos imaginar juntos, não consigo não imaginar que exista algo por trás de suas palavras, mas eu estou presa. Eu não consigo falar disso com você, eu não quero significados demais, não quero rótulo, por mim basta estar ao teu lado. É difícil falar disso com alguém, eu acabo por dizer a minha versão dos fatos, e acabo por sem querer talvez manipular os fatos de acordo com o que sinto. Preciso de uma opinião imparcial, uma visão de fora, ou então mesmo o seu atrevimento em vir me dizer que nunca sentiu uma coisa estranha quando estamos perto, uma química mal elaborada e mal ministrada. Nos atrapalhamos um perto do outro, interpretamos papeis com descasos infiéis, assim penso, do script original. E ao mesmo tempo que eu sinto tudo isso eu te odeio, eu me sufoco, eu me atrapalho ao ponto de voltar a realidade em menos de um segundo e simplesmente te ignorar por completo e ignorar toda e qualquer possível emoção que eu venha a sentir. É um bloqueio. Acabo por te ignorar, por fazer você ter que vir a mim e eu sei que uma hora você vai cansar. Mas olha meu bem, se você me perguntar o momento que mais me senti bem ao teu lado, eu não irei responder sobre o dia que você quis me agradar de qualquer maneira, direi da primeira vez que eu enxerguei a situação com estes olhos mentirosos. O dia que habitamos o mesmo curto espaço físico. Tão próximos, porém ao mesmo tempo tão distantes. Mas o que de fato me traz de volta à realidade é justamente estes pensamentos de minha mente manipular os fatos para que eu enxergue apenas o que quero. Mas é engraçado como as coisas são, ao teu lado me sinto segura, mas não sinto sempre cega. Eu vejo os teus defeitos, e são estes exatos defeitos que me fazem enjoar de você ou ter uma overdose repentina. Mas ai é que está a redundância do acaso, eu me sinto enjoada, mas passado um tempo eu sinto uma saudade esquisita, a sensação de que estou esquecendo de algo e fica difícil te evitar. De toda forma quero que saiba que venho mentindo, não só pra ti, menti pra mim também porque eu achava que estava sendo sincera. A questão é que eu te odeio. Odeio o jeito como tenta me provocar e acaba conseguindo, o jeito que me irrita com a sua simples presença, o jeito que me olha quando quer algo, o gênero carente que interpreta ao meu lado e o jeito frio que assume, virtualmente, perto de mim. Odeio aquele abraço que insiste em me dar, mesmo que a força. Odeio a risada inconstante e a indecisão sobre a vida amorosa! Odeio a falta de atitude e a agitação. Odeio o jeito que se considera, se exalta e se define. Odeio passar perto de você, odeio olhar em seus olhos, odeio o jeito como sou perto de você e odeio mais ainda o jeito que não sou. Odeio os pensamentos constantes que tenho sobre você e a forma como sou capaz de amar odia-lo. Acho que no mais é isso: eu odeio mesmo é amar te odiar. E já perdi a conta de quantas vezes eu disse que ia desistir. É que tudo muda perto de você! Mas dessa vez é pra valer, eu te disse ontem, algumas coisas cansam.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

A Ela

Traga-me o Borboun.
Convide todos e a ela, por favor,
mande rosas contempladas de amor.

Embriague-me com um pouco do surrealismo de Dalí
E depois me traga a mulher mais bonita do salão.
A farei mais bela ainda e sensual num quadro com tinta à oleo pintadas a dedo por aqui.

Traga-me a mágica e o badalar do sino à meia-noite.
Devolva-me a chuva e o toque atordoado que profiro
Olhando gentilmente nos teus olhos com significados afoitos de fina corte.

Direi a todos que és ela a beleza mais rara do salão.
Farei com que todos notem e admirem a beleza com que a tenho,
Entretanto, ela jamais saberás que nutro tal paixão.

A ela entregarei meus medos,
A ela ferirei descasos a fim de casos como romances franceses.
A ela devolvo a desilusão de amar-me profundamente e dou a dúvida e o amor por entrelinhas.
A ela dou-me por inteiro faltando um pedaço do meu coração.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Sumiço

Estive pensando em sumir mais uma vez e desaparecer. Está difícil manter estes resquícios teus aqui dentro de mim, eles fazem-me titubear a cada decisão que penso ser correta e eu acabo por aceitar o contrário e fazer o contrário mais ainda. Eu queria poder dizer que correspondo a alguma expectativa, eu queria poder confirmar que sim, ela está certa e eu a amo. Mas eu não consigo, talvez eu exagere no ódio, mas talvez seja mesmo o que eu sinto. Estou decidida a sumir mais uma vez, alô, desligar o celular, ir viajar pro meio do nada e ficar sozinha com os meus pensamentos! Ando amadurecendo rápido demais e esqueci que a imaturidade sentimental as vezes é importante. As vezes é necessário ser um pouco boba e se deixar levar por alguém, mesmo que você saiba que não irá durar. Ando me poupando, ando me guardando, ando desistindo de procurar em você o que você pensa que achou em mim. Ando cansada de querer-te longe, ando mais cansada ainda de desejar-te por perto, ando por fim enjoada de você e de tudo ao redor. Já faz um tempo que quero mais do que eu tenho, que eu preciso ter mais do que o que tenho. Acabei de reparar que sempre começo os meus pensamentos textuais me referindo a você em terceira pessoa e no final já estou falando na segunda pessoa. Bom mesmo era se eu conseguisse falar direto sem intervenção nenhuma do meu cérebro.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Oh Captain

Eu estive pensando sobre ela, sobre como deve ser o beijo dela ou o quão bom deve ser estar entre seus braços. Eu estive pensando sobre me doar, sobre me dar um chance, sobre viver além das expectativas e sobre excluir preceitos e me deixar levar. Estive pensando sobre me apaixonar, sobre deixa-la entrar na minha vida tão minha. Me passa pela cabeça esse seu sorriso, me passa pela cabeça a nossa junção! Eu acordo e vejo uma mensagem sua no meu celular e eu fico imaginando as coisas. Fico pensando, querendo desvendar um mundo por trás de suas músicas preferidas e posts românticos no facebook. Fico te olhando de longe, observando, tentado te trazer mais pra perto através de meus pensamentos! Eu tenho sonhado contigo, eu tenho imaginado cenas e seus trejeitos, tenho imaginado se na hora tudo se encaixaria ou se oporia. Quero dançar com ela, quero sair pela rua de madrugada protegendo-a do frio, quero ir ao cinema e perder partes do filme, quero dar as mãos e talvez acorrentar a alma, quero me jogar, quero apenas não me preocupar com o que vai dar, quero ter um momento único, quero fazer esforços por ela, quero saber mais sobre a vida dela, quero desentende-la e ao mesmo tempo provar que ela está certa sobre seu ponto de vista. Quero momentos, quero vida, quero novas oportunidades de viver a vida de um ângulo diferente. Não quero comodismo, quero aventura e paixão! Quero beijo com gelo, com halls, quero vida. Cansei da história de me prender firmemente e não ter a coragem de levar a diante. Oh captain my captain, eu quero liberdade, eu quero aproveitar sem me preocupar. Quero com ela me aventurar, eu quero esse amor de primavera pra chamar de verão.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

"Eu tentei lutar contra o amor que você sente por outra pessoa, eu conseguiria se não fosse sua vontade, lutar contra ela eu não posso, você me convenceu a fazer o que você queria, que eu desistisse, eu também tenho amor próprio e não consigo mais esperar".