sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Abastar-me-ei, pequena

São teus olhos abastados
Que a mim tornam desesperados,
Obscuros, mausoléus entrelaçados.

O curto prazo do toque à longa distância do amor,
e a cerca, o toque suave da dor.

Ah pequena,
Ta vendo só como a tristeza é amena?

Você foi e nem sequer voltou
E eu aqui, inteiro estou
Sob a lua em seu esplendor.

Desejaria a ti o meu amor.
Queria a ti, transpor,
Que aqui o desejo uma vez que ficou, passou,
Jamais repousou.

Assim como o mais leve toque da mais leve pluma,
A marca em mim não transbordou.

Você acredita pequena?
Você acredita que a todo tempo que te quis
A todo tempo que não quis, necessidade de ti jamais existiu?

O tanto faz, tanto fez que nesse momento
Aparto o adeus do desentendimento.

Via esvair-se por entre os dedos,
Por entre o tremo e o extremo.
Vi abastar-se de mim, tu, e nem sequer tremi.