segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Dias remotos, saudade incomensurável

Dias que a saudade incomoda,
Que bate no fundo do peito e na alma chora.
Dias que temos dias assim como dias assim
Cercados de mim e de ti.

Dias que por fim eu tenho um fim
Dotado de saudades sem fim, enfim,
Aqui bate uma saudade,
Saudade de tempos remotos e distantes
Quando a preocupação era mínima
E a amizade era primordial.

Saudade de ti, saudade de mim,
Saudade de dias que te tive em mim.
E hoje vejo o que hoje já não quero mais ver,
Que tenho saudade.

Até concordo com todo aquele blablabla
Que só se tem saudades do que valeu a pena,
Mas olha, preferia ter meus momentos de volta
Do que essa certeza de ter valido a pena.

Preferiria ter os meus amigos, as brincadeiras, as despreocupações e amores de antes. Nesses dias remotos a saudade aperta até ficar incomensurável demais pra um começo de terça-feira qualquer. E por fim, são dias assim que sinto saudade de mim.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sou dela

Eu sei o que você quer, eu sei o que você deseja, mas tudo pelo que almeja eu não posso lhe dar. Você é apenas mais uma, mais uma que me faz perder o nexo por um tempo, mais uma por quem eu me apaixono por um segundo. O problema é que tudo volta pra outra, aquela outra que me tem de maneira incomparável, aquela cujo meu coração palpita mais forte quando escuto seu nome, aquela cuja relação mantive por tão pouco tempo e ao mesmo tempo por um sentimento mais forte do que qualquer outro que eu possa sentir. É ela, sempre vai ser ela. Por mais que eu diga e realmente tenha outras pessoas em minha mente, é sempre ela que aparece no final de todas, é sempre pra ela que eu volto, ela é o meu ponto de partida todas as vezes que penso em recomeçar e eu sou o tolo da vez, escrevendo num pedaço de domínio on-line qualquer. Eu sou o apaixonado descrente, vulgo tolo comumente. Sou eu, eu que me apaixonei por ela a primeira vista, eu quem introduzi a primeira conversa aleatória e quem ainda insiste que há química suficiente para um final surpreendente. Eu que me contive ao vê-la, eu que fraquejei ao toque dela, fui eu quem a amou. Se soubessem como a odeio, odeio tanto, odeio de verdade. Tudo nela me irrita, o jeito, as piadas, a carência, a baixa auto-estima e a jovialidade imatura. Tudo que eu odeio está contido nela e ao mesmo tempo é tudo que eu amo. Se eu pudesse lhe jogar na cara, se pudesse realmente dizer a ela tudo o que acontece e que as coisas nunca irão terminar pra mim de forma que eu consiga deixa-la afastada por muito tempo, talvez assim eu conseguisse o meu tão sonhado ponto final. Mas ao invés disso eu me apaixono por você e você provavelmente vai ler isto e se encaixar na situação dela, mas olha, você é aquela que citei ser mais uma. É a quem dedico minha paixão rotineira cercada de prazer e aquela que não me tem na mão, mas ao mesmo tempo tem uma tensão sexual muito forte entre nós. É isso, não passa disso. Eu jamais vou conseguir me doar a você e a tantos outros vocês como eu me doei a ela.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ah, se tu soubesse!

Tu ficas vagando a mercer de olhos contemplados com paixão

Deliciando-te ao ouvir uma música e pensar o quanto seria mais

Interessante se a dedicasse a alguém numa noite cuja

Lua se faz tão presente em nossa janela, janela da alma

Hoje fechada por uma pálpebra qualquer.


Mas essa dedicatória viria cheia de complicações e significados,

Coisas que não queremos nos dedicar de peito cheio.

Com mãos atadas advindo do caso passada, não ha nada que

Eu te diga que não contenha significado, mesmo que eu lhe diga

Totalmente o contrário de um amor atordoado.


Vale a pena ter um aliado quando quer colocar significado

No imenso pudor de amar alguém que não se conhece.

Vem sempre a me pedir abraços e eu sempre a afastá-los

Como quem não quer mais se envolver com acasos.


E nessa hora da manhã em que fico aqui deitado,

Com a alma aberta a novos pecados, te vejo de tão longe

Que os olhos suspeitam da agonia de querer tê-la mais perto.


Ah, se tu soubesses do suspiro que dou calado,

Atordoado pela presença tua.

Se soubesse que esqueço da outra pra lembrar de ti.

Ah, se tu soubesse!